sábado, 29 de setembro de 2012

QUE TIPO DE HOMEM VOCÊ É?

                Existem pelo menos três tipos de homens: o "homem das mulheres", o "homem camarada" e o "homem de Deus". Em algum momento da vida, temos de decidir qual deles deseja­mos ser.

                O "homem das mulheres" procura ser admirado e obter a atenção feminina. Está sempre preocupado com a forma como o sexo oposto reage a ele. Veste-se pensando nisso e busca a companhia feminina constantemente. Seu principal objetivo é a satisfação sexual. O que o move em direção às mulheres é o sentimento eros. Embora normalmente esse tipo de homem seja solteiro, o casamento não o torna necessariamente um "homem de família". Muitas famílias são esfaceladas porque o pai e marido não quer deixar de ser um "homem das mu­lheres".

                Creio que almejar ser um "homem camarada" é um objeti­vo mais nobre. Esse tipo de homem busca o respeito de ou­tros homens. Ele quer que seus companheiros lhe dêem aten­ção, o admirem e o tenham em alta conta. Procura ser bem-sucedido aos olhos de outros homens. Esforça-se muito para sair-se bem em seu trabalho e para "fazer bonito" até mesmo nos momentos de lazer. A maioria dos homens se sente in­segura com relação ao sexo oposto e, às vezes, também dian­te de outros homens. No entanto todos nós gostaríamos que essa situação fosse diferente. Por isso, buscamos aceitação e respeito por meio do trabalho que fazemos, da reputação de que gozamos e da forma como lidamos com os outros.

                Um "homem camarada" é alguém que possui autocon­fiança. Ele é determinado, sem ser agressivo. É transparente e sincero, mas não é exibicionista. É compassivo, sem ser sen­timental. É honesto, de palavra. É humilde, mas disposto a assumir responsabilidades. Assume os próprios erros, sem se desculpar. É um realizador, comprometido com a excelência, confiante, mas não imprudente. É agradável, mas não incon­veniente. É o tipo de homem que gostaríamos de ser e de ter como amigo.

                O "homem camarada" crê que o caráter é mais importante que o "sucesso". Ele não segue a multidão quando esta vai numa direção oposta aos seus princípios. É sábio; não dá ouvidos a rumores, não tira conclusões precipitadas, não jul­ga apenas pelas aparências. Ele sabe o que quer, luta para atingir seus objetivos, mas está disposto a abrir mão da pró­pria vontade em função do bem comum.

                É uma verdadeira honra ser considerado um "homem ca­marada". Contudo a longo prazo isso não basta para nos tor­narmos tudo que um homem pode ser.  Se é verdade que exis­te um Deus; se esse Deus é pessoal e se deixa conhecer; se ele se importa com cada um de nós individualmente; se nos con­cede dons específicos e determina o chamado e o destino de cada um de nós; se nos oferece sua amizade, orientação e força; se nos criou à sua imagem, então não basta sermos apenas "homens camaradas", pois mesmo estes permanecem incompletos enquanto não conhecem a Deus. Nosso alvo mais alto e mais nobre é sermos "homens de Deus".

                O que significa ser um "homem de Deus"? É muito mais do que ser um "sujeito camarada". É ser amigo e servo de Deus; alguém que deseja, acima de tudo, fazer a vontade do Senhor. Esse tipo de homem sabe e confia que o caminho de Deus é sempre o melhor. Por isso se compromete diariamente a  discernir, da melhor forma que pode, a vontade de Deus em cada situação. Ele enxerga a vida, os talentos, os bens e a família como dons que Deus lhe confiou. Tudo o que possui pertence ao Senhor. Para ele, viver como Deus quer é o que há de mais importante. À medida que ele amadurece, torna-se mais cônscio das próprias fraquezas e, quando falha dian­te de Deus ou dos outros, reconhece isso com tristeza e hu­mildade. Ele é ensinável e está disposto a aprender de qual­quer pessoa em qualquer situação. Ele conhece sua necessi­dade de um Salvador e, portanto, não condena nem desiste de outros que revelam a própria loucura e natureza caída. É paciente, persistente e coerente com o compromisso de viver os princípios de Jesus. Quando não consegue agir da manei­ra que mais agrada a Deus, não se autocondena, mas chora interiormente porque ainda não se tornou tudo o que ele quer que se torne.

                O "homem de Deus" não é uma "cópia xerox" de algum outro. Ele se recusa a permitir que os outros pensem por ele. Ele procura sempre ter a mentalidade de Cristo e enxergar as decisões, planos e relacionamentos com os quais venha a se defrontar pela perspectiva de Deus. Ele é um "homem de Deus". E você?
                             
John Yates


fonte: McCartney, Bill. Ser Homem. 1.ed. Belo Horizonte:Betânia, p. 44-46, 2000.