Há
algumas décadas viveu um homem possuidor de grandes ideais e de uma vontade
enorme de vencer. Com seu propósito e sua vontade, ele queria vencer todos os
obstáculos, todos os seus inimigos – também o seu maior inimigo, Deus.
"Não
existe Deus.” Dizia ele para um amigo que, parado no pico de uma montanha,
começava a louvar a Deus pelas maravilhas de sua criação.
“Existe
um Deus, sim!”, respondeu o amigo.
“Não
existe Deus!” Insistiu aquele homem. “E isso eu vou lhe provar agora”. Então,
tomando um relógio de bolso, continuou: “Se existe um Deus, então que ele me
destrua neste momento. Eu lhe dou um minuto para isso”.
Aquele
minuto passou e nada aconteceu.
“Você
vê? Não existe Deus!” Disse o homem.
“Não
peque”, disse o amigo. “Você terá que pagar penas terríveis por isso.”
“Nunca!”
Foi a sua resposta. “Isso eu também vou provar a você. Mas para isso eu preciso
mais que um minuto”.
De
fato, parecia que aquele homem tinha razão. Os anos passaram e, auxiliado pela
sua enorme força de vontade, ele tornou-se um grande personagem mundial – um governante
de milhões de pessoas. Se lhe tivesse sido possível, ele teria feito o sol
parar para nunca mais se pôr sobre o seu reino. Quando ele estava no auge do
seu poder e, aparentemente era bem-sucedido em tudo o que fazia, ele
envolveu-se numa guerra. E esta ele perdeu.
Ele
teve que fugir. Sentou-se num caminhão, abandonou seu povo e sua pátria, assim
como outrora abandonara a Deus. Para não ser reconhecido, vestiu-se com
fardamento militar de outro exército e escondeu sua cabeça sob um capacete de
aço.
Ele
ainda não sabia quem realmente o perseguia. Era aquele, cujos olhos penetravam
aquela farda; alguém que conhecia o seu coração, e deste ele não podia fugir,
nem com o veículo mais rápido do mundo. E ele não entendia que aquele minuto
tinha passado. Aquele minuto que ele outrora deu para que Deus o destruísse.
Agora o minuto tinha passado, o minuto do relógio de Deus! Esse homem era
Benito Mussolini, o líder fascista da Itália no período da Segunda Guerra Mundial.
Quando, finalmente, foi pronunciada a sua sentença, talvez ele tenha se
lembrado de sua atitude perversa; porém era tarde demais.
Fonte: Schlemper, Lodemar. Fique de Olho. São Bento do Sul: União Cristã.